balões de água
Numa espécie de loja dos trezentos, a miudagem tenta convencer-me a comprar umas fisgas assustadoras que disparam balões de água. Eu, ainda com o último Carnaval na lembrança (guerras de balões de água em pleno Inverno entre uma turma de sétimo ano mais uma dúzia de apêndices menores, que deram direito a arrelias várias como roupas e camas encharcadas, constipações violentas e vários olhares justamente recriminatórios por parte das mãezinhas dos vândalos pré-adolescentes que haviam ficado a meu cuidado), dei-lhes um rotundo não. E vai a miúda: Oh mãe, mas tu quando eras da nossa idade não gostavas de balões de água? E vai eu, Gostava, mas isso era na vossa idade. Cada um no seu papel: o vosso papel de filhos é quererem que eu os compre; em nome da minha sanidade mental e da vossa boa saúde, o meu papel - de mãe - é não permitir que o façam Vai o mais pequeno, o pingento de seis anos (sem qualquer ponta de ironia), Oh mãe, eu pensava que o teu papel era TRABALHAR.
Olhem, sabem que mais, levem lá a porcaria dos balões e não se fala mais nisso. Prometam-me só que desta vez não encharcam o gato.